terça-feira, 24 de novembro de 2009

Enxaqueca

A enxaqueca trata-se de um dos tipos de cefaléias existentes, sendo comum sua queixa em consultório neurológico e psiquiátrico. É relatada desde o tempo dos antigos egípcios que erroneamente a correlacionavam com “problemas de fígado”. Ainda hoje, podemos escutar tal comentário tendo em vista que alguns alimentos podem ser desencadeadores da crise em determinadas pessoas. Mas tal patologia não tem nada haver com fígado e sim com alterações vasculares cerebrais, que alteram o fluxo sanguíneo cerebral, além de alterações na química do cérebro. A causa exata da enxaqueca ainda permanece obscura, mas sabe-se que as alterações que ocorrem a nível cerebral estão facilitadas devido à predisposição genética.

A dor da enxaqueca é caracterizada pelo aparecimento de dores de cabeça recorrentes, tipo pulsátil, precedidas ou não por sintomas neurológicos premonitórios como: “estrelinhas nas vistas”, que “avisam “ a chegada de uma nova crise. Outras alterações podem ocorrer horas ou dias antes da crise como: depressão ou hiperatividade, irritabilidade, bocejos repetidos, prejuízo na memória, sonolência e até desejos por determinados alimentos. Podem ser acompanhadas por náuseas, vômitos, e o paciente fica mais sensível a barulhos e à luz. A crise pode durar de 4 a 72 horas, e começa com uma dor moderada que aumenta de intensidade gradativamente.

Quando as crises de enxaqueca são bem definidas pela sintomatologia, os exames complementares podem ser dispensados. Mas, caso um paciente apresente história de crises de dor com freqüência cada vez maior, dor unilateral fixa e sinais neurológicos focais duradouros, podem ser necessário exames complementares como Tomografia Computadorizada para descartar lesão cerebral que possa levar à um quadro semelhante ao da enxaqueca.

O médico sempre deve ser consultado, pois o uso indiscriminado de medicação analgésica pode levar a um quadro de dor crônica. A associação de manifestações psíquicas como ansiedade e depressão pode ser a causa desencadeadora, e por isso o tratamento de tais patologias bem como técnicas de relaxamento podem ser úteis.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

A Alimentação do Brasileiro

Em pesquisa feita pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, observou mudanças nos hábitos alimentares dos brasileiros entre 1974 a 2003. A pesquisa observou que o consumo doméstico de refrigerantes aumentou em 400%, mostrando uma tendência de substituição do leite por refrigerante, principalmente entre crianças e adolescentes. Observou-se ainda uma redução no consumo de peixes em 50% e de ovos em 84% e um aumento de 300% do consumo de embutidos (mortadela, lingüiça, salame e outros alimentos com alto teor de gordura e sal). Já o consumo de frutas, verduras e legumes se encontra em cerca de 1/3 da recomendação mínima diária de 400g recomendado pelo Guia Alimentar para a população brasileira considerando uma dieta de 2000 kcal.

As principais causas do baixo consumo de frutas, verduras e legumes na população brasileira são:
- falta de hábito desde a infância
- desconhecimento da forma de preparo criativo e sabores
- falsa idéia de que se perde muito tempo para comprar e higienizar vegetais
- tabus e modismos

O estudo derrubou o mito de que consumir apenas o tradicional prato de arroz com feijão, salada e carne é garantia para uma alimentação adequada. Embora seja uma opção adequada em macro e alguns micronutrientes como ferro, o prato típico do brasileiro não é suficiente para garantir quantidades necessárias de cálcio, potássio e vitaminas D, E e A para a saúde. È necessário que ele esteja associado a outras opções saudáveis ao longo do dia, como frutas, lácteos e cereais.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Cacau e Saúde

No fruto chamado Cacau, a partir do qual é feito o chocolate, existem mais de 400 substâncias, muitas das quais capazes de afetar a saúde humana. No chocolate, são encontrados: gorduras, aminoácidos metilxantinas e os flavonóides.

O ácido oléico, que é uma gordura monoinsaturada também encontrada no óleo de oliva, faz parte da composição da manteiga de cacau e confere proteção cardiovascular. Apesar de no chocolate também serem encontrados gorduras saturadas como o ácido esteárico e a do ácido palmítico, estudos demonstram que o consumo de chocolate Não está associado à elevação do colesterol.

No chocolate, são encontrados os aminoácidos triptofano, fenilalanina e tirosina, que além do papel em comum na síntese protéica, a fenilalanina e a tirosina atuam especificamente como precursores de catecolaminas como a adrenalina (que media reações ao estresse) e dopamina( neurotransmissor responsável pela comunicação entre as células do sistema nervoso central e relacionado à sensação de prazer). Esses aminoácidos podem estar relacionados à cefaléia que algumas pessoas apresentam após consumir chocolate.

As metilxantinas (cafeína e teobromina) encontradas no chocolate são responsáveis pelo aumento da freqüência cardíaca verificada em alguns indivíduos.
Os Polifenóis, que no caso do cacau é destacado os flavonóides são comparados em estudos por suas atividades anti-inflamatórias, antioxidantes e por agir positivamente no curso de doenças cardiovasculares. Essas substâncias modulam fatores de risco cardíaco como disfunção endotelial modulam a oxidação do mau colesterol- LDL- e modulam a ativação e a agregação plaquetária. Dessa forma, melhoram a função arterial coronariana, são responsáveis pela reversão de disfunções endoteliais associadas ao envelhecimento e aos danos relacionados ao tabagismo.

Sendo assim, usado com moderação (cerca de 30g de chocolate após o almoço), o chocolate é considerado um alimento funcional.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Ansiedade

O Transtorno de Ansiedade Generalizado (TAG) é um estado patológico caracterizado por um sentimento de temor acompanhado por sinais físicos de hiperatividade do sistema nervoso autonômico. O paciente começa a sofrer antecipadamente a uma determinada situação (nova ou não).

Cerca de 3-8% da população sofrem com o transtorno.

A idade de início é variável, sendo mais comum no começo da idade adulta.

Causas

- doenças crônicas (disfunção da tiróide, câncer,......)
- abstinência de álcool e drogas
- tensões nos relacionamentos
- cobranças profissionais
- dívidas não pagas e falta de dinheiro
- eventos como: nascimentos, morte, casamento, divórcio, mudanças, desemprego, prova na escola...

Sintomas Físico
- tremores
- tensão muscular
- dores no corpo, cefaléia tensional
- falta de ar
- fadiga
- respostas de sobressaltos (sustos)
- hiperatividade autonômica (palpitações, sudorese, diarréia, boca seca, aumento da frequência urinária)

Sintomas psicológicos
- sentimento de temor
- dificuldade de concentração
- hipervigilância
- insônia
- libido diminuída
- “nó na garganta”

Tratamento
- Medicamentoso (ansiolíticos)
- psicoterapia
- exercícios físicos regulares (caminhada, ioga, pilates...)
- técnica de relaxamento (massagens, música, pintura...)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Vitaminas – Na dose certa

As vitaminas desempenham múltiplas funções. Embora sua presença nos alimentos seja essencial à vida, o consumo excessivo é prejudicial. Portanto, elas devem ser consumidas com critério, de acordo com a necessidade. Doses mais altas podem ser necessárias em alguns casos, como na gravidez , quando as necessidades da mãe e do bebê são maiores e em casos de pessoas idosas ou hospitalizadas devido à perda do apetite, entre outros fatores.

Os fatores relacionados às deficiências de vitaminas podem estar relacionados tanto a oferta insuficiente como com problemas metabólicos, digestivos ou de absorção:

-dietas para perda de peso

- dieta monótona, sem variação

- consumo crônico de álcool

- perda por cozimento, imersão ou preparação alimentar imprópria (causa importante
da perda de vitaminas)

- produção insuficiente de enzimas digestivas

- absorção de vitaminas prejudicada por medicamentos

- doenças específicas de natureza digestiva, hepática ou inflamatória.

A suplementação vitamínica feita através de drágeas, xaropes ou em pó para preparo pode ser realmente útil quando constatado uma deficiência por meio de sintomas e/ou através de exames complementares, mas deve ser feito com criterioso acompanhamento médico.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Vitaminas - Como não desperdiçá-las nos alimentos

Calor, água, luz e oxigênio podem destruir as vitaminas em alimentos. Quinze minutos de imersão podem remover 2 - 30% da vitamina C em vegetais. O cozimento subsequente destrói de 10 a 60%, dependendo do tipo de fruta/legume e do procedimento usado.
Nem todo legume que consumimos é fresco. De fato, desde que a cadeia de distribuição congelada seja respeitada, os legumes congelados frequentemente contêm mais vitaminas do que os “frescos” que ficaram muito tempo nas prateleiras.
Algumas precauções podem ajudar a reduzir as perdas de nutrientes associadas ao cozimento dos alimentos:
- Frutas e legumes devem ser consumidos rapidamente e mantidos protegidos da luz no refrigerador quando possível (alface, couve-flor, espinafre, cebola, maçã, pera, uva, etc.)
- Lave em água corrente primeiro, corte ou fatie depois
- Adicionar algumas gotas de limão ou vinagre a frutas ou legumes depois de cortá-los ou fatiá-los reduz a destruição de vitamina C
- De preferência, cozinhar os legumes no vapor em vez de ferver
-Aproveite a água do cozimento (imediatamente) para fazer um molho ou sopa
- Cozinhe frutas, legumes e pratos congelados sem descongelar previamente
- Aproveite o suco de legumes enlatados no preparo dos alimentos, pois o mesmo contém vitaminas e minerais.
- Use o micro- ondas para aquecer porções pequenas de legumes cozidos ou conservados
- Cozinhar os alimentos por muito tempo destrói as vitaminas.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Sindrome do Esgotamento Profissional

Essa doença é cientificamente conhecida como Síndrome de Burnout, e trata-se de um tipo específico de estresse. É uma síndrome caracterizada por sinais e sintomas de exaustão física e emocional em decorrência de má-adaptação do indivíduo a um trabalho prolongado e estressante.

Essa síndrome tem sido descrita principalmente entre professores, funcionários de escola, enfermeiras, guardas, psicólogos, assistentes sociais, etc. A Burnout é vista como perda progressiva do idealismo e do propósito da pessoa como resultado de suas condições de trabalho.Isso varia muito de causa para causa.Vai desde muitas horas de trabalho até um salário irrisório.

São sintomas da síndrome de Burnout:
- queda de eficiência no trabalho
- ausência frequente no trabalho
- insegurança nas decisões
- se fumante – aumento do consumo de cigarros
- descontrole emocional (irritabilidade)
- desânimo
- falta de perspectiva na vida
- baixo astral permanente
- esquece as coisas com facilidade
- acha que os colegas de trabalho estão conspirando contra ele
- acredita que seu trabalho nunca é reconhecido pela chefia
- somatização (desenvolvimento de doenças cardíacas e gastrointestinais).

Caso você apresente mais de dois sintomas acima apontados por mais de duas semanas ininterruptamente , procure ajuda médica especializada.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Gripes e resfriados – Aspectos nutricionais

A maioria das pessoas desenvolve um resfriado duas ou três vezes por ano. É por esta razão que é chamado de “resfriado comum”. É caracterizado por coriza nasal, tosse e dor de garganta.

Nos meses de inverno, as gripes são mais comuns, e o que torna a gripe uma doença mais forte que o resfriado é a presença da febre, acompanhada de dores musculares e articulaculares. As complicações da gripe como a pneumonia, podem ser bastante sérias, e milhares de pessoas morrem por ano de gripe ou de suas complicações.

Os resfriados e as gripes são infecções respiratórias altamente contagiosas causadas por vírus. Já foram identificados mais de 100 vírus de resfriado (rinuvírus). Por isso podemos ter vários resfriados ao longo da vida, e estar imunizado a um dos vírus não nos protege dos outros tipos. Existem menos tipos de vírus da gripe, mas estes passam por frequentes mutações, ou seja, mudam sua estrutura protéica, todos os anos, e é por isso que anualmente novas vacinas de gripe são produzidas .

Os médicos recomendam que todas as pessoas acima de 65 anos com problemas circulatórios, respiratórios, renais, metabólicos ou algum distúrbio imunológico, recebam a vacina contra a gripe.

As gripes e os resfriados se disseminam quando liberamos gotículas de líquidos carregados de vírus ao tossir e espirrar ou quando são transferidos para superfícies por meio do contato.

Quando a pessoa inspira um ar excessivamente seco (principalmente nos aviões e lugares com ar condicionado), suas passagens aéreas nasais formam pequenas rachaduras que são uma porta de entrada para os vírus. A melhor defesa é ingerir muito líquido, para reidratar as membranas sensíveis, usar um umidificador ou abrir uma janela para deixar entrar ar novo.

As pessoas ficam mais vulneráveis a pegar um resfriado quando seu sistema imunológico está debilitado. Entre as medidas preventivas estão: evitar bebidas alcoólicas, dormir bem e reduzir os níveis de estresse.

A importância da alimentação

Embora não exista cura para gripes e resfriados, uma boa alimentação pode ajudar a preveni-los, encurtar a duração ou abrandar os sintomas.

Ainda não foi comprovado que megadoses de vitamina C podem prevenir ou curar gripes e resfriados, mas como a vitamina C tem propriedade anti-histamínica, beber sucos de frutas cítricas ou tomar um suplemento pode ajudar a reduzir sintomas nasais.

Como a febre alta pode levar a desidratação, durante uma gripe ou resfriado, beba no mínimo de oito a dez copos de líquidos por dia, para repor as necessidades corporais, manter as mucosas úmidas e soltar o catarro. Beba água, chá, sucos de frutas ou caldos. Não faça uso de bebidas alcoólicas, pois o álcool tem efeito vasodilatador e provoca uma sensação de entupimento dos seios nasais. Bebidas alcoólicas podem produzir efeitos adversos quando ingeridos a medicamentos e, além disso, reduzem a capacidade do corpo de combater a infecção.

Quanto à alimentação, os médicos recomendam que o paciente coma sempre que sentir fome. Os seguintes alimentos podem ser úteis e ajudar a combater os sintomas:

- canja de galinha: é de fácil digestão e contém cistina, um aminoácido que ajuda a afinar o muco, aliviando a congestão nasal.

- alho e pimentas (capsaicina) podem funcionar como descongestionante natural.

- frutas, verduras e legumes por conterem vitamina C

- alimentos ricos em zinco – pois mantém o sistema imunológico saudável. Boas fontes de zinco são frutos do mar (ostras), carne vermelha e aves, iogurte e outros produtos derivados do leite, germe de trigo, farelo de trigo e grãos integrais.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Adoçantes Dietéticos: Vilões ou Aliados da Saúde?

O consumo de adoçantes no Brasil vem aumentando, impulsionado por um grande número de consumidores cada vez mais preocupados com a saúde e com as consequências que uma dieta rica em açúcar pode ter na qualidade de vida.

Hoje em dia são tantos os tipos e as marcas de adoçantes comercializados, que inúmeras dúvidas acabam surgindo entre as pessoas, principalmente quanto à segurança do uso dessas substancias.

O que são Adoçantes?

O adoçante dietético é produzido a partir de substâncias naturais ou artificiais responsáveis pelo sabor doce. Os adoçantes possuem um poder de adoçamento muito maior que o do açúcar de cana (sacarose) e produzem um total de calorias muito inferior ao mesmo.

São recomendados para dietas especiais como as de restrição em açúcar (principalmente no diabetes) e em dietas para perda de peso.

Acertando na dose

Sabe-se que os adoçantes são indicados para diabéticos, pacientes com tendência à hipoglicemia e pessoas que precisam perder peso, mas desde que respeitem a dose máxima recomendada por kilo de peso.

Doses altas dos adoçantes dietéticos foram relacionadas a câncer de bexiga em animais de laboratório.

Embora muitos estudos mostrem não haver qualquer efeito prejudicial, os adoçantes ainda despertam dúvidas e calorosas discussões entre os pesquisadores. Eles são seguros se utilizados na dose certa, sem exageros.
Por possuírem um poder de doçura maior que o açúcar, pequena quantidade é o suficiente para dar sabor a alimentos e bebidas. Lembre-se que a lactose (açúcar do leite) e a frutose (açúcar das frutas ) já garantem um bom aporte de carboidratos às crianças e adultos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere uma quantidade limite de ingestão dos adoçantes artificiais IDA (Ingestão Diária Aceitável), sendo que o cálculo deve ter por parâmetro o peso corporal da pessoa.

A ANVISA deveria obrigar os fabricantes de adoçantes a colocarem a “IDA” de cada tipo de adoçante nos rótulos de cada produto.

Conheça alguns tipos de adoçantes e suas recomendações diárias
1- Sacarina – é o adoçante artificial não-calórico mais antigo que existe. Sua descoberta ocorreu em 1879 e sua utilização ocorre desde 1900. Apresenta um poder adoçante cerca de 500 vezes maior que o do açúcar da cana (sacarose). Em 1986 foi comprovada sua segurança para a saúde através de diversos trabalhos técnicos-científicos. A IDA corresponde a 2,5mg/kg de peso do corpo.

2- Ciclamato - é um adoçante sintético, não calórico, que foi descoberto em 1940. Com um poder adoçante que supera em 30 vezes o da sacarose (açúcar comum), o ciclamato hoje é permitido no Brasil, Estados Unidos, Canadá e em mais quarenta países. É um dos adoçantes mais baratos do mercado, sendo muito utilizados pela indústria alimentícia para a fabricação de geléias, sorvetes, gelatinas e principalmente de refrigerantes dietéticos. Deve ser evitado por hipertensos, já que costuma aparecer na forma sódica, ou seja, combinado ao sódio. A IDA corresponde a 11mg/kg de peso.

3- Aspartame – edulcorante artificial descoberto em 1965. Possui sabor agradável e semelhante ao açúcar branco, sendo seu potencial adoçante 200 vezes maior, o que permite seu uso em pequenas quantidades. Seu valor energético corresponde a 4 calorias/grama.É muito usado na indústria alimentícia, principalmente na fabricação de refrigerantes dietéticos. É contra-indicado a portadores de fenilcetúria, uma doença genética rara que provoca a incapacidade do organismo de metabolizar a fenilalanina, ocasionando seu acúmulo no organismo, causando retardo mental. Pode ser diagnosticada ao nascimento através do teste do pezinho.Notícias associando o uso do aspartame ao aparecimento de tumores, mudanças de humor, perda da memória entre outros malefícios têm assustado as pessoas.Entretanto, não existem comprovações científicas até o momento de que o aspartame provoque qualquer anomalia. A IDA corresponde a 40mg/kg de peso.

4- Acessulfame-K- descoberto em 1967, o acessulfame foi aprovado pelo FDA- Food and Drug Administration em 1988 para uso em bebidas, sobremesas, gomas de mascar e adoçantes de mesa. Adoça 200 vezes mais que a sacarose. Não é calórico e nem metabolizado pelo organismo. Vários estudos demonstraram ausência de indícios cancerígenos ou mutações na célula. A IDA corresponde a 15mg/kg de peso.

5- Steviosídeo – adoçante natural descoberto em 1905, extraído da stévia, uma planta originária da Serra do Amambai, na fronteira do Brasil com o Paraguai. É muito consumido no mundo oriental, principalmente no Japão. Seu poder adoçante é cerca de 200 a 300 vezes maior que o da sacarose, sendo o único adoçante de origem vegetal produzido em escala industrial. É totalmente atóxico e seguro ao organismo, mas seu uso é pequeno devido a um sabor residual amargo que possui. Sua IDA corresponde a 5,5 mg/kg de peso.

6- Sucralose – descoberta em 1976, esta substância foi recentemente aprovada pela FDA(EUA). É o único adoçante derivado do açúcar e tem um poder de doçura 600 vezes superior ao açúcar, não possuindo sabor residual amargo. Pesquisas comprovam que o adoçante não apresenta efeitos tóxicos, nem efeitos carcinogênicos, reprodutivos e neurológicos. A IDA corresponde a 15 mg/kg de peso.


Conclusão

Os adoçantes são fortes aliados para pessoas que precisam restringir o consumo de sacarose e glicose (diabéticos, hipoglicêmicos) e pessoas que precisam perder peso. Mas não são totalmente isentos de risco, por isso exageros como esguichar o produto no copo de suco, além de ingerir muitos alimentos que já vêm com adoçantes (produtos diet, light, zero, etc) podem fazer extrapolar a ingestão diária recomendada. Por isso se faz necessária uma conscientização na hora de ingerir o produto, além da associação com hábitos saudáveis, como seguir um plano alimentar e fazer exercícios físicos regularmente.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Depressão na Infância e Adolescência

A Depressão não escolhe idade e pode chegar mais cedo, já na infância ou adolescência, e por isso é preciso que a família esteja atenta aos primeiros sinais da doença e busque ajuda médica o mais rápido possível para que seja mantida a qualidade de vida nessa fase da vida.

Fatores de Risco

Em geral, a depressão na infância ou na adolescência é normalmente desencadeada por fatores ambientais, ou seja, conflitos, perdas ou mudanças relacionadas à família, à escola, ou a outros lugares que façam parte da rotina da criança ou do adolescente.
Nessa fase da vida, situações como: separação dos pais, a perda de parentes ou amigos e mudanças de cidade ou de escola podem desencadear sintomas depressivos. Mas a doença pode se desenvolver mesmo em crianças ou adolescentes que não tenha uma explicação em fatores externos.

As faixas de transição entre a infância e a adolescência e desta última para a fase adulta são consideradas as mais propícias para o aparecimento da doença. Nestas fases aspectos físicos, sociais, emocionais e hormonais estão envolvidos para o aparecimento da doença.

Sintomas

Os sintomas mais comuns nessa faixa etária são: tristeza, apatia, choro, dificuldade de concentração, irritabilidade e insônia. A criança pode ainda apresentar comportamentos de regressão como voltar a fazer xixi na cama, fazer birra ou manha. Sintomas como fadiga, perda de apetite, dores de cabeça, dor de barriga, náuseas e vômitos também podem estar presentes.

Os pais devem ficar atentos quanto à diminuição do rendimento escolar e ao início de isolamento social. Mas é importante não confundir um estado de tristeza, que pode ocorrer após uma situação difícil, e que passa em no máximo duas semanas com a Depressão.

Em geral, crianças e adolescentes que desenvolvem Depressão têm na família alguém com a doença, o que se faz importante levar em consideração a genética.

Diagnóstico e tratamento

A maioria das vezes os pais têm dificuldade de acreditar que seu filho possa estar com Depressão e por isso acaba retardando o diagnóstico precoce, o que prolonga o sofrimento da criança ou do adolescente. O não estabelecimento da terapêutica correta nessa fase da vida pode levar à indução de um adulto depressivo, sem contar que a baixa na concentração e no rendimento escolar pode levar a perda de um ano escolar, o que desestimula o estudante.

Dessa forma, tanto a terapêutica medicamentosa como a psicoterapia devem ser iniciadas o quanto antes, e a participação dos pais é essencial para se conseguir bons resultados no tratamento da doença.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Depressão na Terceira Idade

A população brasileira está envelhecendo, por exemplo, em 1980 havia cerca de 7,7 milhões de pessoas com mais de 60 anos, número este que dobrou nos últimos 20 anos e a expectativa é que alcance mais de 30 milhões (cerca de 14% da população) ao redor do ano de 2025. E naturalmente, com o aumento da expectativa de vida da população, aumenta também o número de casos de depressão na terceira idade. E o maior problema é que devido a existência de outras doenças associadas à idade, a depressão pode ser mascarada, o que adia o diagnóstico e o início do tratamento.

Há evidências de que a depressão é altamente prevalente na terceira idade e há sugestão de que as mulheres são mais vulneráveis do que os homens para o desenvolvimento da mesma.

Vários fatores demográficos, sociais e biológicos podem predispor os idosos a ficarem deprimidos, sendo que a pobreza, a solidão e um histórico familiar positivo surgem como fatores de predisposição mais poderosos, ao passo que os eventos adversos como o luto e a deterioração da saúde física são os mais poderosos precipitadores.

Aliados a esses fatores, a chegada da aposentadoria e a interrupção de algumas atividades que faziam parte da rotina, as limitações físicas da idade e a dificuldade em estabelecer novos projetos são fatores ambientais e psicológicos que podem desencadear a doença, uma vez que o idoso se sente desmotivado e incapaz.

Além disso, a morte de parentes e amigos, leva ao temor de que o fim da vida está próximo, o que reduz as expectativas em relação ao futuro, podendo levar a episódios de depressão.

Um problema é que os familiares dos idosos tendem a encarar a depressão como um fato normal nessa idade, o que é um engano. Essa crença de que, com a idade, as pessoas vão se tornando mais introspectivas e tendem a ficar mais tristes pode mascarar a doença e dificultar o acesso a um tratamento rápido e eficaz, que livre o idoso da doença.

O tratamento é feito com medicações e acompanhamento psicológico, o que evita que a doença se torne mais grave, o que pode levar o idoso à morte, seja por suicídio ou pelo surgimento de doenças infecciosas devido à diminuição da imunidade provocada pela má alimentação que ocorre em pacientes deprimidos, além da maior predisposição desses pacientes virem a desenvolver câncer.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Depressão Pós-Parto

Imagine os sintomas da depressão em uma mulher que acabou de ter um filho. Some a eles um mal-estar ao olhar para a criança que foi aguardada durante nove meses. Pense agora como essa mãe se sente. Essa é a depressão pós-parto, doença que atinge de 15 a 20% das mulheres. A gestante espera que o nascimento de um filho seja um momento feliz. Quando isso não acontece, fica difícil administrar a culpa por não estar apegada ao bebê. É uma situação delicada, que dá vergonha, e por isso muitas pacientes demoram a procurar ajuda, o que atrasa o tratamento.

Por quê acontece?

O principal fator que pode desencadear a depressão após o parto é a alteração no quadro hormonal. Essa mudança é muito rápida, após o parto ocorre aumento da prolactina que, apesar de ser responsável pela produção do leite materno, é um hormônio que pode levar à depressão.

Outros fatores podem ser responsáveis pelo aparecimento da depressão pós-parto: alguma situação traumática durante o parto, história de depressão antes do parto, gravidez indesejada, uso de álcool, conflitos conjugais ou profissionais entre outros. Mas a doença pode aparecer mesmo em quem vive bem com o marido e teve uma gestação normal.

Principais Sintomas

- Sensação de cansaço constante e duradoura
- Falta de alegria
- Irritabilidade freqüente
- Rejeição ao bebê
- Sentimento de culpa
- Mudanças bruscas no humor
-Indisposição física, emocional e psíquica
- Falta de prazer nas atividades em que gostava de fazer
- Desinteresse por todas as atividades do dia-a-dia
- Ideias e pensamentos sobre a morte, inclusive de suicídio.

Há que se diferenciar a depressão pós-parto do Baby Blues (Tristeza Materna ou Melancolia da Maternidade) e a Psicose Puerperal.

O Baby Blues é mais comum – atinge cerca de 80% das mulheres que sofrem com a doença após o parto – e pode ser definido como uma depressão de grau leve. Em geral, ocorre a partir da primeira semana após o parto, dura alguns dias ou semanas, e se caracteriza por baixa auto-estima, irritabilidade, choro imotivado, indisposição com relação ao próprio corpo, estranhamento na relação com o próprio cônjuge, etc. Os sintomas do Baby Blues são muito freqüentes após o parto, mas o acompanhamento médico é imprescindível.

A Psicose Puerperal é mais rara, afeta cerca de 0,2% das mulheres e é grave, necessitando de tratamento psiquiátrico. Alucinações, delírios, pensamentos desconexos e perda do senso de realidade são alguns dos sintomas. Neste caso, não é recomendado o aleitamento materno devido à necessidade de tratamento com psicotrópicos e o ideal é que outra pessoa fique responsável por cuidar do bebê.

Tratamentos

Em geral, nos casos mais leves, essas alterações no humor pós-parto desaparecem espontaneamente após algumas semanas. No entanto, um acompanhamento ginecológico e psiquiátrico é recomendado.

Já nos casos em que a depressão é de grau moderado ou grave é importante iniciar o mais rápido possível o tratamento medicamentoso e um acompanhamento psicológico.
A duração do tratamento varia muito de pessoa para pessoa e depende da evolução da paciente.

Aliado ao tratamento é essencial que a família e o casal estejam unidos para enfrentar o problema. Detectada a doença, o marido e os familiares não devem jamais negar o fato de que a mãe precisa de auxílio especializado.

Há um preconceito muito grande com relação à depressão, ainda mais num momento como este, em que pode parecer incompreensível que a mãe fique triste. Por isso, é necessário entender que o cérebro é um órgão como outro que precisa de tratamento quando está doente.

Consequências para o bebê

Apesar de a principal afetada ser a mãe, o bebê também sofre com o problema e pode ficar com sequelas psicológicas e emocionais para a vida toda.
Por consequência de uma depressão pós-parto não tratada, o bebê pode ter dificuldade de desenvolvimento físico, emocional e psicológico, problemas de relacionamento no futuro, perda ou ganho excessivo de peso, insônia, ou excesso de sono, maior possibilidade de desenvolver a depressão no futuro, etc. Por isso é muito importante procurar o auxílio de um especialista.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

DEPRESSÃO – O MAL DO SÉCULO

Todo mundo sente-se “para baixo” ou “de baixo astral” de vez em quando. É normal sentir-se triste por curtos períodos, principalmente se algo ruim ocorreu em nossa vida. Mas aqueles que sofrem depressão têm muito mais que “tristeza”, e esses sentimentos podem durar por muito tempo.
A incidência da depressão é bastante alta. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), calcula-se que 340 milhões de pessoas sofrem de depressão em todo o mundo e estima-se que em 2020 ela será a 2ª causa mundial de “anos perdidos” de vida saudável superada apenas pela isquemia cardíaca. Ainda segundo estatística, em torno de 10% da população ao longo da vida vai ter um episódio de depressão.

Quem pode ter?
Embora possa se manifestar em qualquer idade, a depressão é mais comum em adultos, principalmente em mulheres. Estudos sobre depressão sugerem que as mulheres estão mais suscetíveis a desenvolver a doença em decorrência das alterações hormonais que têm ao longo da vida, como a tensão pré- menstrual (TPM) ou na menopausa.

Como descobrir se você está com depressão
A depressão como outras doenças, tem certos sintomas. Assim que esses sintomas são reconhecidos pode-se iniciar o tratamento. Responda às questões seguintes para saber se você (ou alguém da família ou amigo) pode estar deprimido.

Durante as duas últimas semanas você:
- Sentiu-se triste?
- Sentiu que sua vida era monótona, sem possibilidades de melhorar?
- Tem tido crises de choro?
- Ficou irritado com coisas pequenas que antes não o irritavam?
- Não sente vontade nem prazer em fazer o que gostava?
- Sentiu que a auto-estima estava baixa ou sentiu-se fracassado?
- Tem dificuldade de concentração ou de tomar decisões?
- Esquece das coisas com facilidade?
- Tem menos interesse em sexo do que antes?
- Tem pensado em morte ou suicídio?

Se você tiver respondido “sim” a algumas dessas perguntas, você possivelmente está com depressão.

Além desses sintomas, o paciente com depressão também pode ter alterações físicas como, por exemplo: dores de estômago (gastrite nervosa), constipação intestinal, dor de cabeça (cefaléia de tensão), suores, taquicardia e outros.

Causas da depressão

Em nosso cérebro há mensageiros químicos chamados neuro-transmissores. Esses mensageiros ajudam a controlar as emoções. Os 2 principais mensageiros são a serotonina e a noradrenalina.
Os níveis deles aumentam ou diminuem, mudando nossas emoções.

Quando os neuro-transmissores encontram-se em equilíbrio, sentimos a emoção certa para cada ocasião. Quando alguém está deprimido, os mensageiros químicos estão em desequilíbrio e por isso o paciente pode sentir tristeza num momento de alegria.

Ainda não se sabe por que esse desequilíbrio acontece, mas as pessoas que desenvolvem depressão apresentam grande propensão genética para tal doença. Outros desencadeadores da depressão:
- eventos estressantes ou perdas como morte de um ente querido ou o rompimento de uma relação. Problemas pessoais podem também desencadear a depressão;
- doenças físicas graves ou incapacitantes ( tumor cerebral, derrame cerebral, infarto do miocárdio, câncer e outros).
- Níveis hormonais. Os hormônios são substancias que se encontram no organismo, se os níveis dessas substancias estão em desequilíbrio, a depressão pode surgir (p.ex., hormônios da tiróide, hormônios sexuais).
- uso de certos medicamentos, drogas ou álcool – certos medicamentos para pressão alta, antibióticos ou corticóides podem causar depressão.

Tratamento

Para a depressão, que é mais freqüente em mulheres e pode atingir todas as faixas etárias, com predominância, porém, na 2ª e 3ª décadas (entre 25-40 anos) existem vários tipos de tratamento como, por exemplo, medicamentos antidepressivos alopáticos ou fitoterápicos e a psicoterapia.

Os antidepressivos são medicamentos que ajudam a restaurar o equilíbrio químico no cérebro. Quando isso ocorre, sua depressão melhora gradualmente. Em geral, as pessoas sentem-se melhor após 3–4 semanas podendo algumas melhorarem antes disso.

A psicoterapia é associada ao tratamento medicamentoso para os casos persistentes e constantes onde os pacientes obtêm uma ótima resposta com tal associação de tratamentos.

Se você estiver deprimido, por favor, procure um médico o mais rápido que puder para começar a se sentir melhor o mais rápido possível. Você merece!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Intestino Preguiçoso

Introdução

Comumente, o ‘intestino preguiçoso’ é também conhecido pelos nomes: intestino preso, prisão de ventre, ressecamento intestinal, que traduzem o atraso do trânsito intestinal, e na nomenclatura médica é definido como Constipação Intestinal.

Definição

A Constipação Intestinal é uma condição na qual:

1 – Ocorre menos de três evacuações por semana com uma dieta rica em resíduos.

2 – Mais de três dias consecutivos sem evacuação

3 – As fezes evacuadas em um dia totalizam menos que 35 gramas (o normal a ser eliminado por dia seria cerca de 130 gramas)

A incidência da constipação intestinal é freqüente, cerca de 40% dos pacientes que vão ao consultório, sendo que afeta principalmente o sexo feminino.

Causas

A Constipação Intestinal ocorre devido a:

- Dificuldade do indivíduo de estabelecer um horário regular para a evacuação

- ausência de fibra alimentar na dieta

- ingestão insuficiente de líquidos durante o dia

- perda do tônus da musculatura intestinal

- utilização crônica de laxativos

- o estresse pode agravar a constipação

Sintomas


Os sintomas provocados por essa irregularidade funcional são diversos: dores ou cólicas intestinais, sensação de abdome estufado, dor de cabeça, peso na barriga, tontura e alteração na pele.

Tratamento


O tratamento da Constipação Intestinal requer mudanças de hábitos como: Reeducação Alimentar, ingestão de cerca de 2 a 3 litros de líquidos por dia (água, sucos e chás), exercícios físicos regulares (para aumentar o tônus da musculatura abdominal), estabelecer um horário regular para evacuar e respeitá-lo.

O cuidado nutricional é fundamental para o restabelecimento do trânsito intestinal, e uma dieta balanceada deve ter cerca de 25 a 30 gramas de fibras por dia, vindos dos seguintes alimentos: (grãos, frutas fibrosas como maçã, pêra, mamão, banana prata), folhosos e carboidratos integrais(pão, arroz, macarrão...)

O café da manhã deve ser iniciado com um copo de água e um suco de fruta (laranja, mexerica, ou uma mistura de frutas), em seguida, uma fruta que pode ser escolhida conforme a preferência do paciente (mamão, laranja, melancia, abacaxi, maçã, pêra). A ingestão de 3 a 4 ameixas pretas é bastante efetiva. A seguir, outros alimentos conforme o gosto pessoal, leite, queijos, pão integral, iogurte. A primeira refeição deve ser bem reforçada para estimular o reflexo gastrocólico (é o reflexo que ocorre quando o alimento chega ao estomago impulsionado o intestino a funcionar). No almoço, como rotina, começar com uma salada mista, temperada com azeite de oliva extra-virgem. Sempre incluir uma porção de legumes e verduras. Na sobremesa, incluir frutas, especialmente com bagaço. Lanche: suco de frutas, fruta, líquidos durante o dia. O jantar segue as mesmas recomendações do almoço com moderação para o tamanho das porções. À noite, na ceia, deve ficar estabelecido suco de frutas ou fruta. Refeições com horários regulares estimulam o funcionamento intestinal.

Tratamento medicamentoso


A constipação intestinal é tratada pelo desenvolvimento de hábito através de um programa de treinamento intestinal e o estabelecimento de bons hábitos de saúde, como refeições regulares, dieta adequada fornecendo amplamente fibras, tempo regular para a eliminação, descanso, relaxamento, ingestão adequada de líquidos e atividades físicas regulares. E além desse suporte, pode ser dado um apoio com medicamentos que estimulam o peristaltismo intestinal, até que a alimentação, feita adequadamente, seja suficiente para a normalização do hábito intestinal. Porém, os laxantes irritantes da mucosa intestinal devem ser evitados ou progressivamente descontinuados já no início do tratamento, pois as drogas indicadas devem respeitar a fisiologia intestinal e não agredir a mucosa intestinal. Dessa forma, somente o médico poderá indicar as medicações a serem utilizadas sem maiores danos para o paciente. A auto-medicação deve ser desestimulada.

Complicações da Constipação Intestinal

A principal complicação é o desenvolvimento de fecaloma (armazenamento de fezes endurecidas no intestino grosso) que pode levar a um quadro de obstrução intestinal, úlcera retal, retenção urinária e incontinência fecal com diarréia paradoxal.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Gordura Trans - Por que fazem mal à saúde? edição 4

O que são?

São ácidos graxos insaturados (um tipo de gordura ruim) produzidos num processo industrial que transforma óleos de origem vegetal em gordura semi-sólida para uso em margarinas, processamento e preparo industrial de alimentos. Isso é feito através de um processo chamado hidrogenação da gordura. Assim, óleos parcialmente hidrogenados originam gordura trans. O objetivo é fazer o óleo se tornar sólido, o que facilita o manuseio, aumenta o “tempo de estoque em prateleira” e confere à gordura gosto, e textura agradável (palatabilidade).

Onde estão?

Alimentos que apresentam gorduras trans são, portanto as frituras ou alimentos que utilizam este tipo de óleo em seu processamento, como as batatas fritas, pipocas de microondas, bolachas recheadas, biscoitos, sanduíches de fast food, cookies, brownies, cremes de confeitaria, nuggets, pizzas, frituras em geral, sorvetes, bolos e tortas. Enfim, depende fundamentalmente do tipo de gordura que é utilizado no preparo de cada um dos alimentos.

Quais são os riscos para a saúde?

Diversos estudos comprovam que o consumo da gordura trans aumenta o nível do LDL (colesterol ruim) e diminui os níveis do HDL (colesterol bom), além de aumentar os níveis de triglicérides no sangue. Aumenta ainda o risco de aterogênese, doença cardiovascular e diabetes.

O destino da gordura trans no corpo é o abdome. A gordura trans favorece a formação de tecido adiposo na região abdominal, sendo que o peso extra fica todo concentrado nessa região. Ou seja, a gordura trans é estocada no organismo sob a forma de gordura visceral, que é a mais perigosa por ser desencadeadora da Síndrome Metabólica (doença que cursa com aumento de gordura no sangue, risco aumentado de diabetes e hipertensão arterial).

Nesse sentido a consequência de seu uso exagerado é tão prejudicial quanto o uso de gorduras saturadas, aquelas gorduras sólidas que estão presentes na manteiga, na pele do frango, ou na gordura em volta da picanha.

Consumo diário

Mundialmente, a Academia Americana de Cardiologia, a Academia Americana de Nutricionista, a Sociedade Brasileira de Nutrição, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a Sociedade Brasileira de Pediatria, recomendam que o consumo diário de gordura trans seja limitado a no máximo, 1% das calorias totais provenientes de todas as gorduras.

No Brasil, a ANVISA obriga que a quantidade de gordura trans nos alimentos industrializados esteja descrita no rótulo, em gramas. Quantidades menores que 1% não necessitam ser relatadas nos rótulos. Segundo resolução da ANVISA RDC n. 360, de 23 de dezembro de 2003 (D.O.U. de 26/12/2003), valores de gordura trans abaixo de 0,2g não precisam ser descritos.

Para se ter idéia, segundo os rótulos, biscoitos recheados, em duas unidades (30g) possuem 1,5g de gordura trans que é pelo menos duas vezes e meia o que deve ser ingerido por uma criança e uma vez e meia o que deve ser ingerido por um adulto por dia.

Conscientização

É em função desse conhecimento que a conscientização mundial já é grande, quanto à necessidade de controle do consumo de gorduras, especialmente a trans, sendo que a Organização Mundial de Saúde define a obesidade como a maior epidemia do mundo, em termos de saúde pública. Por isso, indústrias alimentícias iniciaram um movimento, há quase cinco anos, em alguns países desenvolvidos, onde a conscientização é maior, tentando se adaptar às novas recomendações de hábitos alimentares saudáveis.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Síndrome Alimentar Noturna - 3ª edição

A Síndrome Alimentar Noturna (SAN) foi descrita pela primeira vez na década de 50 e é caracterizada por um aumento da ingestão alimentar após as 19 horas, concentrando um total do percentual diário ingerido após este horário em algo em torno de 50%. E para isso, há episódios de hiperfagia[1] entre o horário do jantar e o início do sono e/ou episódios de ingestão alimentar durante despertares do sono com consciência total para as escolhas dos alimentos. Não há associação com sonambulismo, pois a pessoa está consciente do que está fazendo. O indivíduo desperta de manhã sem fome e queixa-se de um sono não reparador, apresentando sintomas como fadiga, sonolência, dor de cabeça, irritabilidade, oscilação do humor, atenção, concentração e rendimento profissional prejudicados.

Além disso, pela ingestão alimentar aumentada em uma hora inapropriada, ocorre ganho de peso e as consequências associadas como: hipertensão arterial, diabetes e aumento da gordura no sangue. E a maior consequência é o sofrimento psíquico que caracteriza-se por tristeza e angústia, por não conseguir manter um bom padrão de sono e não conseguir evitar os episódios de lanches noturnos.

A prevalência dessa síndrome está em 1,5% da população geral, podendo atingir 8% na população de obesos. A prevalência aumenta quanto maior o grau de obesidade, chegando a atingir até 27% entre obesos de grau III. As mulheres são mais afetadas na proporção de 2:1, e a idade média do início dos sintomas está entre 20 e 30 anos.

A relação entre sono e apetite sugere que uma atenção especial deve-se ao hipotálamo[2]. Um papel de importância é dado à dopamina[3] em razão de seus efeitos sobre a liberação do nucleus acumbens (NAC) – região do cérebro que é ativada por estímulos motivacionais (ingestão alimentar) que induzem e fortalecem um efeito em busca de recompensa. Mesmo pequenas quantidades de comida podem aumentar a liberação de dopamina no NAC, facilitando que se atinjam os efeitos de gratificação e desenvolva-se em alguns indivíduos uma excessiva motivação direcionada para o consumo alimentar.

Um estudo de avaliação neuroendócrina demonstrou alterações no ritmo circadiano de liberação de melatonina (indutor de sono), leptina (promotor de saciedade) e cortisol (envolvido na resposta ao estresse) em pacientes com comportamento alimentar noturno. Os níveis noturnos de melatonina e leptina estavam abaixo do esperado e os níveis de cortisol elevados. Estas alterações podem justificar o desejo por alimentos hipercalóricos.

Dessa forma o tratamento medicamentoso dessa síndrome é imprescindível, de forma a tentar evitar consequências danosas à saúde como a obesidade.

[1] Hiperfagia - é um sinal médico que significa fome excessiva e ingestão anormalmente alta de sólidos pela boca

[2] Hipotálamo - é uma região do cérebro (tamanho aproximado ao de uma amêndoa) tendo como função regular determinados processos metabólicos e outras atividades autônomas.

[3] Dopamina - é um neurotransmissor, precursor natural da adrenalina e da noradrenalina. Tem como função a atividade estimulante do sistema nervoso central.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Licopeno e sua importância na Saúde - edição 2

O tomate é um ingrediente básico do molho bolonhesa, do ketchup e do coquetel Bloody Mary; é nativo do México e da América Central, e integrava o cardápio dos incas e astecas já em 700 a.C. Acredita-se que Cristóvão Colombo, após sua segunda viagem ao Novo Mundo, teria levado sementes do fruto para a Europa, onde começou a ser cultivado com intuito ornamental.

Sua primeira citação na literatura científica ocorre em 1544, no tratado do botânico italiano Pietro Andrea Mattioli. Foi ele quem batizou o tomate de pomo d’oro, ou maçã de ouro.

De formas, tamanhos e cores diversas, as mais de mil variedades existentes de tomate são responsáveis por um aporte significativo de nutrientes para populações de várias regiões do planeta e contribui para isso o fato de serem encontrados durante o ano inteiro. No Brasil, por exemplo, dados da Pesquisa de Orçamentos familiares de 2002-2003 registram o consumo de 5 kg de tomate per capita por ano.

As virtudes nutricionais do tomate estão relacionadas às suas concentrações de flavonóides [grupo de compostos químicos encontrados naturalmente em certas frutas, vegetais, chás, vinhos, nozes, sementes e raízes] e ao fato de ele ser uma boa fonte de vitamina A e excelente de vitamina C. E é a presença em grande quantidade de Licopeno, que mais atenção desperta recentemente.

O Licopeno é um pigmento natural da família dos carotenóides [grupo de pigmentos solúveis em gordura. Eles dão as cores vermelha, laranja e amarela aos alimentos], que não é produzido no corpo humano. Cerca de 85% do licopeno da dieta provém do tomate maduro. Em menor quantidade, ele está presente em frutas como melancia, mamão, goiaba vermelha e a pitanga.

O aquecimento e processamento do tomate aumentam a biodisponibilidade de licopeno em razão de sua maior liberação da matriz do alimento. Deste modo, o molho e o purê de tomate são tidos como melhores fontes do que o tomate cru. A ingestão concomitante do tomate com o azeite de oliva extra-virgem aumenta a atividade anti-oxidante do licopeno.

Sua quantidade em tomates frescos varia, dependendo de fatores como época da colheita, local de plantio e da técnica para sua quantificação. Os valores, em geral, estão entre 2mg e 20mg/100mg de tomate. Não há consenso na literatura sobre sua ingestão ideal, que oscila de 4mg/dia a 35mg/dia.

Nos últimos anos, a estabelecida atividade antioxidante desse carotenóide tem estimulado um crescente número de pesquisas que avaliam seu papel na promoção da saúde e na prevenção de doenças metabólicas, inflamatórias, neoplásicas e imunológicas.

Dessa forma, ninguém deve excluir o tomate da lista de compras, e a recomendação é que as pessoas consumam diariamente uma grande variedade de frutas e vegetais – incluindo o tomate.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Nutrologia e o médico Nutrólogo – edição nº 1

A Nutrologia é a especialidade da medicina que estuda a nutrição normal do ponto de vista médico, além de estudar a etiologia, a fisiopatologia, o diagnóstico e o tratamento das doenças nutricionais relacionadas a nutrientes. É importante salientar que o objetivo do médico nutrólogo é garantir uma nutrição saudável a todas as pessoas, e todos sabem que somente o profissional médico é quem pode diagnosticar e tratar uma doença e dessa forma, o médico nutrólogo está capacitado a proporcionar tanto o tratamento medicamentoso quanto o dietético.

A Nutrologia, como especialidade médica, cuida tanto das doenças resultantes de um mau suprimento nutricional quanto da falta, excesso ou utilização inadequada dos nutrientes dos alimentos. Com isso deve ficar claro que a Nutrologia cuida não só dos quadros carenciais clássicos, como escorbuto, beribéri, pelagra, etc., como também da obesidade e das suas consequências. Ocupa-se ainda da prevenção e tratamento das mais sérias doenças crônicas degenerativas prevalentes neste século, como as cardiovasculares, a hipertensão, o diabetes e até certas formas de câncer. Trata também das dislipidemias (distúrbios do colesterol nas doenças vasculares, ou do cálcio e de outros nutrientes, na osteoporose).

Além disso, a Nutrologia permite que haja uma abordagem multidisciplinar com outras especialidades médicas (endocrinologia, cardiologia, pneumologia, nefrologia, gastroenterologia, pediatria, cirurgia, medicina esportiva etc.) e outros profissionais ligados à área da saúde, dentre os quais destacamos: bioquímicos, enfermeiros, educadores físicos, farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos e terapeutas ocupacionais, visando o bem-estar e à saúde de todos os pacientes.

Dra Márcia Alexandra Martins
Médica Nutróloga e Psiquiatra - CRM/MS 3625
Portal GHM Produções em novo endereço a partir de fevereiro