terça-feira, 8 de setembro de 2009

Adoçantes Dietéticos: Vilões ou Aliados da Saúde?

O consumo de adoçantes no Brasil vem aumentando, impulsionado por um grande número de consumidores cada vez mais preocupados com a saúde e com as consequências que uma dieta rica em açúcar pode ter na qualidade de vida.

Hoje em dia são tantos os tipos e as marcas de adoçantes comercializados, que inúmeras dúvidas acabam surgindo entre as pessoas, principalmente quanto à segurança do uso dessas substancias.

O que são Adoçantes?

O adoçante dietético é produzido a partir de substâncias naturais ou artificiais responsáveis pelo sabor doce. Os adoçantes possuem um poder de adoçamento muito maior que o do açúcar de cana (sacarose) e produzem um total de calorias muito inferior ao mesmo.

São recomendados para dietas especiais como as de restrição em açúcar (principalmente no diabetes) e em dietas para perda de peso.

Acertando na dose

Sabe-se que os adoçantes são indicados para diabéticos, pacientes com tendência à hipoglicemia e pessoas que precisam perder peso, mas desde que respeitem a dose máxima recomendada por kilo de peso.

Doses altas dos adoçantes dietéticos foram relacionadas a câncer de bexiga em animais de laboratório.

Embora muitos estudos mostrem não haver qualquer efeito prejudicial, os adoçantes ainda despertam dúvidas e calorosas discussões entre os pesquisadores. Eles são seguros se utilizados na dose certa, sem exageros.
Por possuírem um poder de doçura maior que o açúcar, pequena quantidade é o suficiente para dar sabor a alimentos e bebidas. Lembre-se que a lactose (açúcar do leite) e a frutose (açúcar das frutas ) já garantem um bom aporte de carboidratos às crianças e adultos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere uma quantidade limite de ingestão dos adoçantes artificiais IDA (Ingestão Diária Aceitável), sendo que o cálculo deve ter por parâmetro o peso corporal da pessoa.

A ANVISA deveria obrigar os fabricantes de adoçantes a colocarem a “IDA” de cada tipo de adoçante nos rótulos de cada produto.

Conheça alguns tipos de adoçantes e suas recomendações diárias
1- Sacarina – é o adoçante artificial não-calórico mais antigo que existe. Sua descoberta ocorreu em 1879 e sua utilização ocorre desde 1900. Apresenta um poder adoçante cerca de 500 vezes maior que o do açúcar da cana (sacarose). Em 1986 foi comprovada sua segurança para a saúde através de diversos trabalhos técnicos-científicos. A IDA corresponde a 2,5mg/kg de peso do corpo.

2- Ciclamato - é um adoçante sintético, não calórico, que foi descoberto em 1940. Com um poder adoçante que supera em 30 vezes o da sacarose (açúcar comum), o ciclamato hoje é permitido no Brasil, Estados Unidos, Canadá e em mais quarenta países. É um dos adoçantes mais baratos do mercado, sendo muito utilizados pela indústria alimentícia para a fabricação de geléias, sorvetes, gelatinas e principalmente de refrigerantes dietéticos. Deve ser evitado por hipertensos, já que costuma aparecer na forma sódica, ou seja, combinado ao sódio. A IDA corresponde a 11mg/kg de peso.

3- Aspartame – edulcorante artificial descoberto em 1965. Possui sabor agradável e semelhante ao açúcar branco, sendo seu potencial adoçante 200 vezes maior, o que permite seu uso em pequenas quantidades. Seu valor energético corresponde a 4 calorias/grama.É muito usado na indústria alimentícia, principalmente na fabricação de refrigerantes dietéticos. É contra-indicado a portadores de fenilcetúria, uma doença genética rara que provoca a incapacidade do organismo de metabolizar a fenilalanina, ocasionando seu acúmulo no organismo, causando retardo mental. Pode ser diagnosticada ao nascimento através do teste do pezinho.Notícias associando o uso do aspartame ao aparecimento de tumores, mudanças de humor, perda da memória entre outros malefícios têm assustado as pessoas.Entretanto, não existem comprovações científicas até o momento de que o aspartame provoque qualquer anomalia. A IDA corresponde a 40mg/kg de peso.

4- Acessulfame-K- descoberto em 1967, o acessulfame foi aprovado pelo FDA- Food and Drug Administration em 1988 para uso em bebidas, sobremesas, gomas de mascar e adoçantes de mesa. Adoça 200 vezes mais que a sacarose. Não é calórico e nem metabolizado pelo organismo. Vários estudos demonstraram ausência de indícios cancerígenos ou mutações na célula. A IDA corresponde a 15mg/kg de peso.

5- Steviosídeo – adoçante natural descoberto em 1905, extraído da stévia, uma planta originária da Serra do Amambai, na fronteira do Brasil com o Paraguai. É muito consumido no mundo oriental, principalmente no Japão. Seu poder adoçante é cerca de 200 a 300 vezes maior que o da sacarose, sendo o único adoçante de origem vegetal produzido em escala industrial. É totalmente atóxico e seguro ao organismo, mas seu uso é pequeno devido a um sabor residual amargo que possui. Sua IDA corresponde a 5,5 mg/kg de peso.

6- Sucralose – descoberta em 1976, esta substância foi recentemente aprovada pela FDA(EUA). É o único adoçante derivado do açúcar e tem um poder de doçura 600 vezes superior ao açúcar, não possuindo sabor residual amargo. Pesquisas comprovam que o adoçante não apresenta efeitos tóxicos, nem efeitos carcinogênicos, reprodutivos e neurológicos. A IDA corresponde a 15 mg/kg de peso.


Conclusão

Os adoçantes são fortes aliados para pessoas que precisam restringir o consumo de sacarose e glicose (diabéticos, hipoglicêmicos) e pessoas que precisam perder peso. Mas não são totalmente isentos de risco, por isso exageros como esguichar o produto no copo de suco, além de ingerir muitos alimentos que já vêm com adoçantes (produtos diet, light, zero, etc) podem fazer extrapolar a ingestão diária recomendada. Por isso se faz necessária uma conscientização na hora de ingerir o produto, além da associação com hábitos saudáveis, como seguir um plano alimentar e fazer exercícios físicos regularmente.

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